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Grau de inovação na indústria brasileira é abaixo do desejado

A enquete ouviu dirigentes de cem indústrias, 40% delas de grande porte e 60%, médias e pequenas

O grau de inovação na indústria e na economia brasileira deixa a desejar até para as mais inovadoras. Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 62% dos empresários que comandam empresas inovadoras avaliam como baixo (54%) ou muito baixo (8%) o grau de inovação na indústria. Inovação é quando uma ideia nova ganha valor de mercado na forma de produto ou serviço e gera retorno financeiro para a empresa.

"É a primeira vez que fazemos uma pesquisa desse tipo e o relevante é que essa avaliação foi feita por empresas que já têm a inovação em seu DNA", observou Paulo Mól, superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lódi, braço da CNI para inovação. Ele destacou que a inovação é uma ferramenta necessária para que as empresas ampliem a competitividade.

A enquete ouviu dirigentes de cem indústrias, 40% delas de grande porte e 60%, médias e pequenas. O universo da pesquisa foi amplo e englobou fabricantes de bens de capital, de consumo, indústria química e petroquímica, construção civil, energia, metalurgia e siderurgia, entre outras. Segundo a pesquisa, só 3% dos entrevistados acharam o grau de inovação alto e 35% nem alto nem baixo.

Vários fatores levaram as empresas a considerar o grau de inovação baixo ou muito baixo. Mas o principal motivo dessa avaliação, indicado por 41,9% dos entrevistados, é o fato de o País estar atrasado em relação a outros países. Isso faz com que muitas vezes as indústrias importem ou copiem inovações.

Também 29% dos entrevistados, levando em conta respostas múltiplas, acharam que falta cultura de inovação no País, 17,1% reclamaram da falta de incentivos e 16,1% disseram que os financiamentos e investimentos são escassos.

Encabeça a lista de obstáculos à inovação a burocracia e regulamentação excessivas (30%), seguida pelo baixo nível de qualificação da mão de obra. A maioria das empresas (89%) acha que os profissionais recém-chegados ao mercado não estão suficientemente capacitados. Neste ponto, Mól destacou que para suprir essa deficiência uma das alternativas é melhorar a interlocução entre o setor privado e a academia, que, teoricamente, deve fornecer a mão de obra qualificada para o mercado. Ele ressaltou que isso é mais frequente entre os engenheiros, especialmente no que se refere à gestão.

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Lucas Adiers Stefanello
Diretor da InCuca, especialista em tecnologia para negócios: AI, data science e big data. Coordenador da comunidade WordPress Floripa.
14 de maio de 2015

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